Pedagogia do Oprimido e Educação Social
A prática educacional mostra os ditames de uma sociedade capitalista marcada pelas desigualdades sociais em todos os setores. Essa prática traz como enfoque duas características distintas: seu âmbito social e seu caráter pedagógico, os enfoques estão inter-relacionados, ocupando-se da educação com grupos e indivíduos que estão à margem da inclusão social. Estrutura-se educação social como uma ação sistemática e fundamentada, uma espécie de suporte e mediação que favorece o desenvolvimento da sociabilidade no individuo no decorrer da sua trajetória de vida, circunstancias e contextos promovendo sua autonomia, criticidade e transformação no marco sociocultural que lhe rodeia, primeiramente, com os próprios recursos pessoais, tanto do educador quanto do educando e mobilizando todos os recursos socioculturais necessários ou criando novas alternativas.
A educação social é fundamentalmente ação, a práxis da intervenção sistemática e fundamentada. Para o educador Paulo Freire, toda prática educativa envolve sujeitos (educador e educando), além de métodos, processos, técnicas e materiais didáticos que devem estar em consonância com os objetivos, com a dicotomia opressor e oprimido, com a utopia, com o sonho, no qual está determinado o projeto pedagógico. Educação social se relaciona com processos, transformações e planejamentos. A criticidade é a base da transformação do conhecimento, exige respeito à cultura própria evitando o colonialismo cultural, desenraizado de conteúdos. A educação opressora potencializa o controle (heteronomia), causa desvio e doença social. Ocorre o embate entre os espaços formais e não formais da educação. Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, teve o mérito de refazer a geografia das práticas educativas colocando a escola como um dos espaços possíveis de educação social. Este deslocamento foi importante para que décadas depois se assumisse a pluralidade de contextos educativos dentro e fora da escola. Com a Pedagogia do Oprimido há um novo olhar para as práticas pedagógicas presentes nos processos sociais e para os processos sociais como mediações pedagógicas na construção de novos saberes e novas práticas.
A educação que chamamos de social carrega em si uma visão e uma posição ética e política. Uma educação que é diferente à de transmissão de conteúdos, o que ainda é a mesma reproduzida nos espaços oficiais. A junção do que propõe a pedagogia do oprimido e o que é a educação social são as sistematizações das práticas pedagógicas, que acontecem em diferentes espaços sem se preocupar somente com a transmissão de conteúdos, mas preparando o ser humano para viver em uma sociedade de opressores.
Desse ponto de vista a concepção de construção de conhecimentos, a transformação da realidade e a emancipação da conscientização critica dos fatos do cotidiano podem ser consideradas meios, pelos quais as práticas pedagógicas alcancem objetivos sociais na formação da identidade histórica e social do educando.
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A escola oferece Maternal 3 e Pré-Escola à tarde e 1o Ciclo do Ensino Fundamental pela manhã (alfabetização do 1o ao 3o ano).
A Secretaria de Educação do Município busca um perfil inovador e vem reciclando e promovendo novas formas de inclusão. Há projetos e dinâmicas para alunos e professores com apoio de profissionais de fora que visitam as escolas de tempos em tempos... Há o amparo para atendimento à crianças com deficiência numa busca incessante para promover aprendizagem e o encantamento dos alunos.
A escola, desde a sua fundação em 2010, já foi e ainda é a o abrigo de várias gerações da espécie popularmente chamada de coruja buraqueira... Por si só já é um diferencial para o encantamento, afinal elas são a mascote da escola...
A valorização desses animais permite ao professor consciente fazer inúmeros projetos de conscientização ambiental e suas variantes como evitar o desperdício e trabalhar com a reciclagem do lixo.
Um dia foi proposto uma redação e saiu uma frase assim:
“_Nossa escola é tão legal que até as corujas moram aqui..."
O filme brasileiro “O Contador de História” retrata a
vida da criança que foi Roberto Carlos Ramos, na FEBEM, considerado “um caso
irrecuperável” e de como a sua vida foi transformada com a ação da “pedagogia
do amor”... Hoje, renomado contador de história e pai de 14 crianças adotivas,
seu propósito é o mesmo da tia Dag, da Casa do Zezinho": propagar o elo do
bem...
Acreditamos, a exemplos diversos (vide no YouTube: Caramba carambola, o brincar tá na escola) que as atividades pedagógicas capazes de fortalecer pessoas e/ou em vulnerabilidade está na AÇÃO. Ação no esporte, na música, na dança, no teatro, na arte...
Isto gera envolvimento, desenvolvimento e parceria...
Roberto Carlos Ramos ensina: "Assim
como o bom contador de história é aquele que lê a história que os outros querem
escutar, o bom professor é aquele que ensina do jeito que o aluno quer
aprender..."
COMO O ALUNO QUER APRENDER? De forma tranquila, suave, interessante, se
possível, divertida...
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