PPE IV

Como desenvolver atividades pedagógicas que promovam práticas de letramento (práticas sociais de leitura e escrita) em seus diferentes sentidos: escolar, numeramento, digital, midiática e informacional?

No mundo globalizado pelas tecnologias da informação, estratégias de engajamento são
necessárias para a inclusão a esse acesso em que as disparidades sociais tendem a se abismar… É preciso capacitar as pessoas para se defenderem de culturas dominantes contrárias à diversidade cultural e linguística…
É preciso desenvolver a autonomia dos alunos, sua autoconfiança e seu poder de imaginação.
A alfabetização midiática e informacional permite ao cidadão compreender, reconhecer, acessar
e avaliar com criticidade as informações transformando-as em conhecimento… ter poder de
síntese, abstrair ideias do conteúdo, comunicar a outros com clareza, concisão, ética e
responsabilidade…
Trabalhar com textos eletrônicos percebendo que são instáveis uma vez que são mutáveis e pouco controláveis… o leitor não segue uma sequência de leitura linear e o foco está no coletivo onde as relações sociais são intensamente marcadas pela participação das mídias…
É preciso transportar o que se aprende nos cursos de comunicação para a sala de aula
mostrando as diversas formas de como uma notícia pode ser diferentemente tratada pelos meios de comunicação e ensinar o alunado a separar o fato da opinião, a enxergar os interesses por trás da forma como é veiculada a notícia e descobrir juntos que existe uma versão mais adequada a cada momento histórico e ainda qual é o grau de comprometimento do emissor para com a verdade do fato - lembrando que a verdade está fortemente comprometida com o bem…
Sendo assim, é preciso averiguar entre as versões sobre um mesmo fato qual é a humanizadora
e universal (vide vídeo sobre educação midiática com Lúcia Helena Galvão).
Não há como se conceber o letramento sem a esfera digital… todo esse processo é contributivo
entre aluno e professor… É preciso também levar o pesquisador para a sala de aula pois, além de saber filtrar os conteúdos deve-se ter conhecimento dos procedimentos de pesquisa.

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É comum confundir letramento com alfabetização, entretanto, são conceitos distintos, mesmo que interajam entre si e sejam considerados indissociáveis e
interdependentes. A alfabetização diz respeito ao conhecimento e aprendizado da escrita 
alfabética, visando o domínio do sistema alfabético e ortográfico para sua decodificação, ou
seja, a aquisição do sistema convencional da escrita. O letramento é um processo mais amplo, possibilita o desenvolvimento de habilidades, comportamentos e práticas de uso do sistema convencional da escrita na produção e compreensão de textos inseridos nas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. Sendo assim, o processo de alfabetização é finito, enquanto o letramento é uma construção permanente, considerando que ao longo da vida nos deparamos 
com diferentes discursos, aos quais precisamos interpretar e atribuir sentidos.
A principal diferença entre ambos reside no fato de que a alfabetização ensina a
codificar e decodificar o sistema de escrita, e o letramento ensina a dominar e empregar adequadamente a linguagem no contexto das práticas sociais.
Dessa maneira, para formar um cidadão letrado, cabe à escola disponibilizar os recursos que circulam socialmente, bem como ensinar a buscá-los e interpretá-los,
a fim de que o aluno seja capaz de compreender conceitos, descrever e resolver problemas, comparar diferentes pontos de vista e argumentar sobre diversos assuntos, empregando pensamento crítico.

VÍDEO: 
Letramento prof. Noslen

https://www.youtube.com/watch?v=1tbz4Hw1meg
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Assim como o letramento vai além da alfabetização, o numeramento ou letramento matemático 
vai além da matemática. O letramento envolve as condições para que o sujeito atenda às 
demandas de uma sociedade grafocêntrica em que para ser letrado ele precisará mobilizar
conhecimentos diversos relevantes na vida social, entre os quais se destacam os conhecimentos matemáticos. Isso não se dá só por causa da recorrência de
representações matemáticas nos diversos textos que circulam nas sociedades, mas também porque os modos de conhecer, explicar, organizar, argumentar, decidir e apreciar dessas sociedades baseiam-se muito fortemente
em critérios quantitativos, métricos ou classificatórios, que compõem o que chamamos de conhecimentos matemáticos. 
A preocupação em entender os papéis dessa informação quantificada ou os efeitos de sentido que conferem aos textos é o que nos faz compreender o numeramento como uma dimensão do letramento.
Essa concepção aponta, assim, para a Educação Matemática como parte dos esforços para se ampliarem as possibilidades de leitura crítica do mundo. Esses conhecimentos são relevantes na
medida em que nos ajudam a conferir sentido aos textos que lemos e escrevemos, para nos apropriarmos das práticas de letramento que se estabelecem em
diversas instâncias da vida social, identificando suas intenções e recursos e, também, sendo capazes de criar estratégias de adaptação ou de resistência – e
mesmo de transgressão – aos modos de organização e produção de uma sociedade regida pela palavra.

VÍDEO: 
Letramento matemático - UNIVESP

https://www.youtube.com/watch?v=1A-Huen5C-A
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O letramento digital nada
mais é do que esse processo educativo aliado com as novas tecnologias, ou seja, fazendo uso domeio tecnológico – tablets, celulares etc
O letramento digital diz respeito às práticas sociais de leitura e produção de textos em ambientes digitais, implica saber se comunicar em diferentes meios com propósitos variados, implica saber encontrar textos e compreendê-los, o que pressupõe 
selecionar as informações pertinentes e avaliar sua credibilidade.
Um dos aspectos do letramento amplificado pelos ambientes digitais é o acesso à
informação. A internet é um espaço no qual todas as pessoas conectadas podem postar conteúdos – em blogs, sites ou nas redes sociais. Sendo assim, há muita informação disponível, e cabe ao leitor estar mais atento do que nunca à autoria, à fonte da informação, além de ter senso crítico para avaliar o que encontra.
Outro aspecto saliente em ambientes digitais é a multimodalidade, ou seja, as
informações são apresentadas usando não apenas elementos linguísticos como palavras, frases, mas também animações, vídeos, sons, cores, ícones. Saber ler
e produzir textos explorando essas linguagens faz parte das competências dos digitalmente letrados, com exigências sociais e motivações pessoais cada vez
mais precoces.

VÍDEO: 
O papel da escola no letramento digital – Makina de ideias

https://www.youtube.com/watch?v=C4aheYlimMs

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Quando falamos em Educação Midiática, a primeira pergunta que nos remete é o que é vem a ser a educação midiática... inclui a habilidade de identificar
diferentes tipos de mídia, bem como de interpretar as informações e mensagens
enviadas nessas mídias. 
Esse letramento refere-se a um conjunto de habilidades relacionadas ao acesso, decodificação e análise das informações encontradas nas mídias. Essas habilidades nos ajudam a entender mensagens transmitidas em diferentes
formatos, através de diferentes meios e fazendo uso de diferentes recursos semióticos.
O letramento midiático nos ajuda a entender os significados das mensagens transmitidas pela mídia em sua totalidade, considerando não apenas seus
constituintes linguísticos, mas também a linguagem e a gramática da mídia e os recursos utilizados para construir significado (e muitas vezes, construir a realidade). 
Esse entendimento crítico passa também pela consciência de que a
mídia não opera como um vidro transparente pelo qual enxergamos o mundo – ela nos fornece, na verdade, uma mediação do mundo. Se tenho um fato com 10 versões sobre ele, qual é o verdadeiro? Segundo a filósofa Lúcia Helena Galvão se deve verificar qual versão é a mais universal, ou que atinge o maior número de pessoas e também a mais humanizada, 
entendendo que a verdade está fortemente comprometida com o bem.
Com a evolução dos meios de comunicação, passando dos jornais para  rádio, televisão até chegar à internet, foi preciso entender as peculiaridades de cada
mídia. O avanço das redes de conexão Wi-Fi associado ao crescimento das redes
sociais e do mercado de smartphones (celulares com conexão) tornou possível
que as pessoas fossem impactadas com uma frequência muito maior por diferentes mídias. Isso faz com que um tema que era discutido nos cursos de
Jornalismo e Comunicação seja material imprescindível agora para a Educação Básica. Fazer uso de diferentes formatos de mídia permite que os alunos aprendam a lidar com o universo contemporâneo das mensagens multimodais e da comunicação.
Um determinado assunto pode ser explorado por meio de textos escritos, como notícias, ou então explorado em gráficos, imagens, vídeos, jogos ou memes. 
O ponto mais importante é ensinar a decodificar esses diferentes formatos. As atividades devem envolver debates e reflexões sobre como uma mesma mensagem pode ser veiculada por perspectivas distintas. 
Portanto, a Educação Midiática é um conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático
em todos os seus formatos, dos impressos aos digitais e, acima de tudo, refletir antes de
compartilhar...

VÍDEO:
Educação midiática – uma visão filosófica – com Lúcia Helena Galvão – Nova Acrópole

https://www.youtube.com/watch?v=WvrR7-qG8tQ

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